Estudo aponta que 74% dos alunos saem dos cursos técnicos empregados. Para quem tem faculdade, recolocação profissional varia entre 7 e 9 meses.
Os profissionais com formação técnica têm conseguido ser contratados de forma mais rápida e terem melhores salários em relação aos formados no ensino superior. Dados do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Federação das indústrias do Estado de São Paulo (Fiep) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que 74% dos alunos saem dos cursos técnicos empregados. Em média, esses profissionais não ficam mais de dois meses sem trabalho e conseguem recolocação no mercado neste período.
Para quem procura uma vaga de nível superior, o tempo para se recolocar varia entre sete a nove meses, mas pode passar de um ano. O consultor de carreiras Max Gehringer explica que isso acontece porque a demanda do mercado está voltada atualmente para vagas que requerem capacidade técnica. “A decepção grande hoje está por conta de quem fez a faculdade, terminou o curso, nunca trabalhou e vai procurar o primeiro emprego. Não é o número de formandos em cursos superiores que gera empregos. É preciso haver um número de formandos proporcional ao que as empresas necessitam. E hoje elas precisam de profissionais com formação técnica e não encontram. É difícil de achá-los e por isso eles ganham bons salários”, avalia o consultor.
Em uma indústria de peças aeronáuticas em Hortolândia (SP), por exemplo, a proporção de vagas abertas é de 90% para técnicos e 10% para quem tem curso superior. O técnico de segurança do trabalho Vinícios Andrade Cândido conta que decidiu fazer o curso de técnico de segurança do trabalho quando trabalhava como assistente de recursos humanos. Ele percebeu que a empresa precisava desse profissional. Depois de ser contratado para a função técnica, o salário aumentou em 80%.
Em muitas áreas técnicas, os salários são superiores aos de pessoas com formação superior no estado de São Paulo. Um técnicos em metalurgia recebe em média R$ 2.666,33, um técnicos em construção civil (edificações) R$ 2.117,27, para um técnico de produção de indústrias químicas, petroquímicas, refino de petróleo, gás e afins a remuneração é de R$ 1.967,39.
Para os técnicos de apoio à bioengenharia, o sálario médio é de R$ 2.045,18, para técnicos mecânicos (ferramentas) de R$ 2.097,38, para os técnicos em mecânica veicular R$ 2.012,98, e para os técnicos de desenvolvimento de sistemas e aplicações o salário médio é de R$ 2.077,70. Os dados fazem parte de um estudo do Senai.
Para fazer um comparativo, a pesquisa também mostra que os profissionais com formação superior estão ganhando menos que os técnicos. Os farmacêuticos, por exemplo, recebem R$ 2.099,90, os fisioterapeutas R$ 1.686,83, os nutricionistas R$ 1.616,37, os professores de nível superior na educação infantil têm salário de R$ 1.116,92, os professores de nível superior do ensino fundamental têm remuneração de R$ 1.197,84, os professores do ensino médio de R$ 1.051,53 e os professores do ensino profissional de R$ 1.555,02.
Além de oferecer boa remuneração após investimento curto de tempo e muitas vezes através de cursos gratuitos, a formação técnica é uma porta de entrada no mercado. Após serem contratados, muitos profissionais conseguem melhores posições na mesma empresa depois que concluem a faculdade.
Após dez anos trabalhando na mesma empresa, Frederico Garcia passou de técnico júnior a analista de segurança sênior, atingindo o topo da carreira. Segundo ele, as oportunidades surgiram quando ele estava preparado porque fez diversos cursos.
Campeões do emprego rápido:
Técnicos em eletrotécnica
No caso dos técnicos em eletrotécnica, nove em cada 10 profissionais foram contratos em menos de um ano de formados. O salário médio é de R$ 1,8 mil. Quem trabalha nessa área planeja serviços de instalação, operação e manutenção de serviços elétricos. A demanda é grande por este tipo de mão de obra por causa da variedade de equipamentos eletrônicos que precisam passar por manutenção.
Técnicos em segurança do trabalho
Nove em cada 10 técnicos em segurança do trabalho foram contratos em menos de um ano de formados. O salário médio é de R$ 1,8 mil. O profissional faz a análise de possíveis acidentes e recomenda medidas de prevenção, além de elaborar políticas de saúde. A contratação é necessária porque existe uma lei que obriga as empresas a terem um número mínimo de profissionais especialistas no assunto.
Técnicos em eletrônica
No caso dos técnicos em eletrônica, oito em cada 10 profissionais foram contratos em menos de um ano de formados. O salário médio é de R$ 1 mil. Quem trabalha nessa área opera e faz manutenção de eletroeletrônicos. A demanda por esse profissional é constante em todo tipo de empresa e indústria, segundo especialistas.
Técnicos em mecânica
Oito em cada dez técnicos em mecânica são contratos em menos de um ano de formados. O salário médio é de R$ 1,5 mil. Quem trabalha nessa área monta e instala máquinas e equipamentos. A demanda por esse profissional é grande devido ao aumento da produção industrial no país, que exige funcionários qualificados.
Técnicos em edificações
No caso dos técnicos em edificações, oito em cada 10 profissionais foram contratos em menos de um ano de formados. O salário médio é de R$ 1,6 mil. Quem trabalha nessa área realiza obras conforme as normas de segurança. A demanda é grande por causa dos grandes eventos esportivos que serão realizados no Brasil nos próximos anos, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo de 2014, além do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal que aqueceram o mercado da construção civil no país.
Veja exemplos de salários médios de profissionais com nível superior
Farmacêuticos: R$ 2.099,90
Fisioterapeutas: R$ 1.686,83
Nutricionistas: R$ 1.616,37
Fonoaudiólogos: R$ 1.639,99
Professores de nível superior na educação infantil: R$ 1.116,92
Professores de nível superior do ensino fundamental (primeira a quarta séries): R$ 1.197,84
Professores de nível superior no ensino fundamental de quinta a oitava série: R$ 1.128,69
Professores do ensino médio: R$ 1.051,53
Professores do ensino profissional: R$ 1.555,02
Laboratoristas industriais auxiliares: R$ 1.039,73
Biomédicos: R$ 1.820,88
Veja exemplos de salários médios de profissionais com nível técnico
Técnicos em construção civil (edificações): R$ 2.117,27
Técnicos de produção de indústrias químicas, petroquímicas, refino de petróleo, gás e afins: R$ 1.967,39
Técnicos de apoio à bioengenharia: R$ 2.045,18
Técnicos mecânicos (ferramentas): R$ 2.097,38
Técnicos em mecânica veicular: R$ 2.012,98
Técnicos em metalurgia (estruturas metálicas): R$ 2.666,33
Técnicos de desenvolvimento de sistemas e aplicações: R$ 2.077,70
Fonte:G1
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